Beijo na chuva

Beijo-te o olhar

Beijo-te os lábis macios

A chuva torna-se véu em teus cabelos

Abraço-te mais forte

sinto teu sexo sorver o meu

tua boca balbucia meu nome

aperto-te mais

consigo desvirginar o sonho do teu ventre

meu coração dispara

sinto-me confortável no chão

a poça não incomoda

tuas pernas se abrem

e o peso do teu corpo sobre o meu

agita-se como pluma

essa leveza da tua alma

revigora meu silêncio

só sei falar teu nome

insisto no abraço

agora estou dentro

a chuva se fortalece

empurra teu corpo contra o meu

tua abertura mulher sorri

e em silêncio

expôe um vermelho carmin acelerado

tua boca se renova em beijos

tenho tempo de sobra

o paletó se estende em lençol

a calça já não me pertence

tua vontade...

gozar e repetir o gozo

O beijo na chuva

eterniza nossa cama

nenhum desconforto de chão

se opõe ao prazer

hoje não vou trabalhar

a chave do carro silencia o alarme

aqui no quintal

o tempo se revela vasto

e era só mais uma despedida cotidiana

não queriamos voltar pro conforto do quarto

outro beijo na chuva

aponta o meu dia

essa remuneração inédita

paga todas as horas extras da minha vida!

É assim que consigo dizer o quanto te amo!

Chico Nascimento ou Magonleji
Enviado por Chico Nascimento ou Magonleji em 14/01/2012
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