Voa, pedaço de mim
Sei que um dia, outrora
tuas asas de crisálida, cortei
insegurança, cálido egoísmo
pensar que era por amor, cheguei
Abrirei tuas algemas
que até então manti fechadas
Vai, pois, rosa do meu jardim
fico eu, agora, de mãos atadas
Vai respirar um ar puro
nos braços de outro grande amor
mas deixa minha imagem, pois sei
que em teu seio repouso terá
Esta, jamais será apagada
já que foi em ti tatuada
como quimera em um sonhador
Minh´alma como em chão batido
em revoada vai seguindo, enfim
Contigo, vão-se aquelas rosas
que gravitavam em nosso jardim
Vai! voa o mais alto que puderes
quando cansada pelo céu planares
não hesitas, voltas p´ra mim!
(Interação na poesia
"Deixa-me voar"
da Poetisa Ana Stoppa)