LANGOR
Por quem dobram os sinos,
neste langoroso fim de tarde?
Dobram os sinos, por quem,
nesta noite que só começa?
Por quem os sinos dobram?
Talvez seja mesmo por mim.
Por mim mesmo que padeço,
que tenho a alma em frangalhos,
olhos angustiados, vermelhos,
de tantas lágrimas cansados.
No peito um coração tão pisado,
que bate não sei porque.
Que bate não sei porque,
pois se de mim dependesse,
já se teria calado e, talvez,
ao final desse suave planger,
depois de uma vida sem nada,
chegasse à paz esperada.
Por quem dobram os sinos,
neste langoroso fim de tarde?
Dobram os sinos, por quem,
nesta noite que só começa?
Por quem os sinos dobram?
Talvez seja mesmo por mim.
Por mim mesmo que padeço,
que tenho a alma em frangalhos,
olhos angustiados, vermelhos,
de tantas lágrimas cansados.
No peito um coração tão pisado,
que bate não sei porque.
Que bate não sei porque,
pois se de mim dependesse,
já se teria calado e, talvez,
ao final desse suave planger,
depois de uma vida sem nada,
chegasse à paz esperada.