Um Lar…(inicial)
E tentas encontrar o caminho de casa
No meio da chuva
No meio de uma tempestade
No meio de uma multidão calada pelo temporal
Mais ou menos perdido
No meio de uma desconhecida cidade
A chuva não para de cair
A multidão não para
De estar em silêncio
E a tua vontade de regressar está por isso num crescendo
Não te bastando um abrigo temporário
Uma cama
E um corpo quente onde te possas abrigar
Queres aquilo que é teu
Ou pelo menos minimamente familiar
Pois só nisso
Sentes e sabes
Que irás realmente descansar
A tua vontade de gregarismo
Sobrepõe-se ao teu lado aventureiro
O mesmo que te fez partir
Depois de mais uma dor
Com a qual não soubeste lidar
E por isso uma estrada ao acaso
O aleatório de quem pudesses encontrar
Era o teu verdadeiro lar
Descobrindo então
Que todos os seres precisam da origem
Ou pelo menos da sua essência
O desconhecido fornece-nos a maravilha de darmos outros mundos ao nosso mundo
E depois de nele os integramos
Ficamos com um vasto universo
Que será o nosso mundo bem mais abrangente
Mas por vezes
O nosso mundo pequeno
O nosso mundo inicial
É de facto
O nosso ideal lar
Onde nada e tudo ao mesmo tempo se passa
Mas onde a chuva e o silêncio
Não nos importam
Não nos fazem mossa
Porque é nesses mundos
Que eu sei
Que te posso encontrar…