Quando tens vontade…
De colocar os braços em volta de tudo
Reparando desanimado ou desanimada
Que o tudo
Se resume apenas a um mero mundo
Que demasiadas vezes estácalado
Está mudo…
E no entanto tens essa vontade
E não deixas de o tentar abraçar
Já que as estrelas estão tão longe
Que a única coisa concreta e real que podes fazer
É para elas olhar…
E passas pela rua
Pelo divino desconhecido
Oferecendo uma flor ao acaso
A uma desconhecida
De expressão apagada
Entristecida
E descobres no seu olhar agradecido
Que ela deseja
Estar contigo…
E assim descobres
Que o amor
Por vezes é aleatório
Não está onde o julgamos encontar
Pode muito bem residir
Numa estranha
Que viste a chorar
Por um motivo desconhecido
Mas que te levou
A essas lágrimas tentares estancar
E assim descobres
Que por vezes abraçar o mundo
Passa por ser uma inutilidade
Pela força da sua ambição desmesurada
Descobres
Que numa desconhecida
Esses braços são mais bem empregues
O teu afecto é bem mais real
Descobres
Que mais vale amar uma lua
Do que uma estrela
Porque por vezes as luas escondidas pelo sol
Pelos seus planetas
São de todas as coisas
Sem dúvida a mais bela…