Nas Minhas Mãos

Hoje estou triste... Nesses dias

a vida de repente se reduz

a um punhado de inúteis fantasias...

... Sou uma procissão de mulheres nuas...

Olho as mãos, minhas pobres mãos vazias

sem esperas, sem dádivas, sem luz,

que hão-de semear vagas melancolias

que ninguém vai colher, mas que compus...

estou cansada, amarga, e só...

Estou triste, mais triste do que Jó,

- por quê tentar um gesto? E para quê?

Dê-me, por Deus, um trago de esperança...

Fale-me, como se fala a uma criança

do amor, do mar, das aves... de você!

2009

Helena Correia
Enviado por Helena Correia em 10/01/2012
Código do texto: T3432353