Nada
Nada
O som do silencio me invade,
escorre por todas as minhas veias.
No peito o coração arde,
nesta saudade que anseia.
O som mudo,
gelado, acre,
desaba em mim, me cobre.
com todos os matizes da aurora.
Fome, sede,
de sua boca me devora,
atentas, perniciosas.
Em espera ansiosas.
Sangra minhas chagas.
A dor do nada que restou,
surge muda gritante.
Olhos feridos,
vê a face no espelho,
espectante.
Nada em seu interior reflete.
Por onde andara m'alma?
Neste instante.
(L.T.)