Urgência…
Em te ver
Não daqui a um bocado
Ou daqui a instantes
Ver e tocar agora
Porque o passado foi há poucos segundos
E depois do passado passar por nós
Nada ficou como dantes…
Em te dizer o que tenho para dizer
Numa permanente actualização
As coisas de sempre
Mas que urgem serem repetidas
Porque senão esqueço-me
Ou faço por me esquecer delas
Tenho que dizer que te amo
Pois isso acorda
Um narcoleptico coração…
Sentir a tua textura
Fora do quadrado
Fora do ecrã
De forma tão real
Como permanente
Porque a urgência
Para além do tempo
É a única coisa
Que em mim permanece
Imortal
Intacta
Nos seus dedos finos
Onde extravasa uma portentosa sensibilidade
Incomensurável ternura…