Botanical Requiem
Sobre as flores de uma primavera furiosa,
vermelhas, brancas e falsamente violetas,
está o invertebrado verde que passa,
lenta e melancolicamente pensativo,
ondulando seu corpo gelatinoso e frio,
até o limite do gramado onde piso.
Eu, o Titã dessas terras tão pequenas.
Não são anjos e sim pássaros de Deus,
em rasantes voos até o solo povoado,
levando embora para sempre e para longe,
o verme macilento de sonhos tão pequenos
nas garras recurvadas e inevitáveis.
O jardim de farsas e flores aprisionadas,
inventa perfumes e narcóticos leves,
sopro de infância e lagartas apavoradas,
fim de tudo e começo do desfolhar eterno.