Imensidão

Neste silêncio da tarde,

em que até os ventos se calam,

é tua flor de saudade

que meus poros exalam...

Saudade dos teus olhos ternos,

que perscrutavam o meu espírito.

Dos portais dos teus pensamentos

que aos meus, sempre se abriram...

Meus ouvidos não mais acessam tua voz.

A memória tornou-se mais fraca,

como uma água cansada que perdeu sua foz,

e que já poluída, não nutre mais nada...

A estranhas paragens, a rochas imensas,

a vida me leva.

A sítios sem norte, a felicidades efêmeras

entre a vida e a morte.

Os que eram sonhos de mim

ultrajaram minha casa.

Revolveram meus jardins

alimentaram-se de minhas rosas.

Agora, um profundo silêncio

toma conta de tudo.

Até a confiança e o tempo

tornaram-se mudos.

Mas é na tua imensidão, que mais uma vez,

apascento o verde dos meus campos

que são da cor dos teus olhos

e do teu nome santo:

- Mãe.

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 10/01/2007
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T342568
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