Imensidão
Neste silêncio da tarde,
em que até os ventos se calam,
é tua flor de saudade
que meus poros exalam...
Saudade dos teus olhos ternos,
que perscrutavam o meu espírito.
Dos portais dos teus pensamentos
que aos meus, sempre se abriram...
Meus ouvidos não mais acessam tua voz.
A memória tornou-se mais fraca,
como uma água cansada que perdeu sua foz,
e que já poluída, não nutre mais nada...
A estranhas paragens, a rochas imensas,
a vida me leva.
A sítios sem norte, a felicidades efêmeras
entre a vida e a morte.
Os que eram sonhos de mim
ultrajaram minha casa.
Revolveram meus jardins
alimentaram-se de minhas rosas.
Agora, um profundo silêncio
toma conta de tudo.
Até a confiança e o tempo
tornaram-se mudos.
Mas é na tua imensidão, que mais uma vez,
apascento o verde dos meus campos
que são da cor dos teus olhos
e do teu nome santo:
- Mãe.
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