Quando as palavras se esgotam…
Ficou algo no ar por dizer
Fica sempre algo no ar
Mas morreu
Extinguiu-se
Esvaiu-se a fé
De o fazer…
Quando to disse mil vezes
Muitas delas em silêncio
Ao ouvido
Mas ouvias sem escutar
Figura presencial
Onde não estavas de facto comigo…
Ignorando a valência dessas palavras
Ignorando as doces
Valorizando as amargas
Ignorando que sempre estive contigo
Mesmo quando em tal não notavas
Ignorando que tentava dissipar as tuas dores
Nas tuas bem tristes madrugadas…
Esquecendo que tentei transformar as tuas lágrimas
Em sorrisos
Ignorando que estava lá
Mesmo quando tal só me trazia um doloroso prejuízo…
E assim houve um dia
Em que me senti vazio
Me senti sem nada
Por ter dado tudo
Mas nunca demasiado
Porque o muito para ti
Era demasiado pouco
Tantos sentires perderam-se no tempo
Que afinal as nossas almas
Os nossos corpos
Nada amaram
Sinal preocupante
Cujo sintoma final surgiu
Ou surge:
Quando as palavras se esgotam…