Fragmentos
Depois de tão tempo e tanto pranto
Já não sei o que ficou,
O relógio e o calendário não me deram trégua
E foram passando...
Levando com ele as dores
E também o que a gente chamou de amor.
Hoje as lembranças são vagas
E resolvi não forçar a memória,
Pois sua ausência se fez notória
E o que me resta é continuar a viver.
Ainda me é estranho traçar meu rumo
Fazer meus planos
E não contá-los a você.
Escrevo-lhe cartas e as escondo
Pois sei que respostas não hei de ter.
Não lembro teu rosto nem suas pernas
Quando esqueci teu s abraços
Perdi também a vontade de aos outros braços pertencer.
Vou sorrindo, vivendo e cantando
Andando...
Pelas laterais embriagadas da vida,
Mas sem precisar me esconder...
De mim.
Hoje a madrugada se fez vazia
Acordou as minhas feridas
E a vontade de te escrever...
Mas será que você ainda lembra?
Lembra das juras e das falhas sem perdão?
Lembra das suas lagrimas que sequei com minha mão...
Mas que foram as mesmas que encontravam as suas
Nos momentos de escuridão.
Lembra da vida sonhada e dos planos que não passaram de ilusão?
E que nas suas mentiras eu me fiz forte
Para partir e mesmo em pedaços a ti dizer “não!”
Para hoje escrever esses fragmentos do tempo passado
E pedir que não volte...
Mas esperando que não te esqueças que um dia fomos um...
E que nada foi vivido em vão.