Fragmentos

Depois de tão tempo e tanto pranto

Já não sei o que ficou,

O relógio e o calendário não me deram trégua

E foram passando...

Levando com ele as dores

E também o que a gente chamou de amor.

Hoje as lembranças são vagas

E resolvi não forçar a memória,

Pois sua ausência se fez notória

E o que me resta é continuar a viver.

Ainda me é estranho traçar meu rumo

Fazer meus planos

E não contá-los a você.

Escrevo-lhe cartas e as escondo

Pois sei que respostas não hei de ter.

Não lembro teu rosto nem suas pernas

Quando esqueci teu s abraços

Perdi também a vontade de aos outros braços pertencer.

Vou sorrindo, vivendo e cantando

Andando...

Pelas laterais embriagadas da vida,

Mas sem precisar me esconder...

De mim.

Hoje a madrugada se fez vazia

Acordou as minhas feridas

E a vontade de te escrever...

Mas será que você ainda lembra?

Lembra das juras e das falhas sem perdão?

Lembra das suas lagrimas que sequei com minha mão...

Mas que foram as mesmas que encontravam as suas

Nos momentos de escuridão.

Lembra da vida sonhada e dos planos que não passaram de ilusão?

E que nas suas mentiras eu me fiz forte

Para partir e mesmo em pedaços a ti dizer “não!”

Para hoje escrever esses fragmentos do tempo passado

E pedir que não volte...

Mas esperando que não te esqueças que um dia fomos um...

E que nada foi vivido em vão.

Nandi Ferreira
Enviado por Nandi Ferreira em 03/01/2012
Código do texto: T3420024