O teto

Em que espaço morrerá as ondas da tua voz e por quais paredes ecoarão tal melodia?

Pergunto-me ainda, quais são as coisas que tem ou terão a doce sensação de sentir o pouso do teu toque, que tanto desejei em silêncio...

Lembro-me de quando era o bastante ver a resta de luz deixada pelo sol ao nascer do dia, ir à rua e me misturar com o azul do céu e sentir, por vezes, um contentamento invadindo o peito...

Depois de ti, anseio poder também ser brisa para brandar o calor do teu corpo, ser a chuva que cai singela e consegue roubar a tua atenção, embora que por alguns poucos instantes...

Quisera ser por um único dia qualquer uma das pessoas que podem desfrutar da tua presença.

Olho para o teto porque vejo um sentido nele, sentido que tu deste a ele, no instante em que dissestes que pensavas ser inútil contemplá-lo, mas desde então não consigo olhá-lo sem lembrar de qualquer coisa tua.

(Deixou de ser inútil para mim).

Não sei, nem saberei. Mas talvez doesse menos partir sem a certeza de que, em algum lugar, tu existes à margem de mim... Seguir sem esse eterno "se".

Encontrá-lo, seria como ver o nascer do sol depois de dias de inverno.

Lilian Cristiane Louvrier
Enviado por Lilian Cristiane Louvrier em 03/01/2012
Reeditado em 10/07/2012
Código do texto: T3419812
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