MILHO
toco seu cabelo como quem acaricia
o próprio cuidado que cultiva,
como se a paz fosse
uma tempestade agressiva.
que age, não omite,
que não é a ausência de conflito,
mas o limite
entre a perturbação e o silêncio.
Vigília, sem sono do teu lado.
o fogo é rosado
não sabia, mas agora sim.
eu sigo os focos pela noite branca.
de seu corpo preciso
como preciso que precise de mim,
que me tenha só porque quer,
quando estiver mesmo a fim...
a liberdade não é a paz intocável
e sim a constante conversa
com o mundo.
me esforçar por teu bem
é prazer que completo me acomete
porque
em teu riso reside essa paz
que não é mera mora...
uma paz incandescent’e incendiária!
que queima os campos,
assando o milho;
e destelha as casas,
libertando às estrelas.