MILHO

toco seu cabelo como quem acaricia

o próprio cuidado que cultiva,

como se a paz fosse

uma tempestade agressiva.

que age, não omite,

que não é a ausência de conflito,

mas o limite

entre a perturbação e o silêncio.

Vigília, sem sono do teu lado.

o fogo é rosado

não sabia, mas agora sim.

eu sigo os focos pela noite branca.

de seu corpo preciso

como preciso que precise de mim,

que me tenha só porque quer,

quando estiver mesmo a fim...

a liberdade não é a paz intocável

e sim a constante conversa

com o mundo.

me esforçar por teu bem

é prazer que completo me acomete

porque

em teu riso reside essa paz

que não é mera mora...

uma paz incandescent’e incendiária!

que queima os campos,

assando o milho;

e destelha as casas,

libertando às estrelas.

Andrié Silva
Enviado por Andrié Silva em 03/01/2012
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