Nas tempestuosas colinas do teu sono

Nas tempestuosas colinas do teu sono

Contei cinco segundos

Você não me vê

É tão difícil assim me notar?

Estou aos pés da sua cama

Seu rosto, sequer posso tocar

Mas as faces de meu "eu", hei de lhe mostrar!

Beijo cada pegada tua

Cada detalhe

Cada olhar

Sou uma tola, mulher desvairada

Que aos teus pés deseja loucamente

Ouso dizer, até, ardentemente

Me atirar

Agora sou um homem

Contido e frio

Choro por dentro

Mas, silêncio, nem um lamento você ouviu

Tenho uma imagem a zelar!

Sou criança

Inocente alma, rastejo sem forças

Meus olhos lhe contemplam

Lhe vejo de baixo

E você não se dispõe a me embalar!

Retorno ao meu estado normal

Não tenho sexo

Sou errado

Sou errada

Sou um ser vivo

Cujo coração explode

Me atiro na estrada

Mudaríamos o mundo!

Promessas, palavras

E às tempestuosas colinas do teu sono eu retorno

Como um imã, magnético, maligno e maléfico

Me atraindo para a armadilha

Sou apenas a sua ilusão

Delírio fúnebre, obscuro e funesto

Cujo amor, corrompido e desonesto

Ousou de meu peito se apossar

Decido, então, quebrar todas as rimas

Os meus versos são livres

Os meus devaneios, ousados

Posso fugir dos esquemas

Dos versos brancos, dos entimemas

Mas, infernos

De ti, não consigo escapar

Me fazes rimar!

E nas tempestuosas colinas do teu sono

Eu me pego novamente a bailar

Laurent
Enviado por Laurent em 02/01/2012
Reeditado em 02/01/2012
Código do texto: T3417682