Nas tempestuosas colinas do teu sono
Nas tempestuosas colinas do teu sono
Contei cinco segundos
Você não me vê
É tão difícil assim me notar?
Estou aos pés da sua cama
Seu rosto, sequer posso tocar
Mas as faces de meu "eu", hei de lhe mostrar!
Beijo cada pegada tua
Cada detalhe
Cada olhar
Sou uma tola, mulher desvairada
Que aos teus pés deseja loucamente
Ouso dizer, até, ardentemente
Me atirar
Agora sou um homem
Contido e frio
Choro por dentro
Mas, silêncio, nem um lamento você ouviu
Tenho uma imagem a zelar!
Sou criança
Inocente alma, rastejo sem forças
Meus olhos lhe contemplam
Lhe vejo de baixo
E você não se dispõe a me embalar!
Retorno ao meu estado normal
Não tenho sexo
Sou errado
Sou errada
Sou um ser vivo
Cujo coração explode
Me atiro na estrada
Mudaríamos o mundo!
Promessas, palavras
E às tempestuosas colinas do teu sono eu retorno
Como um imã, magnético, maligno e maléfico
Me atraindo para a armadilha
Sou apenas a sua ilusão
Delírio fúnebre, obscuro e funesto
Cujo amor, corrompido e desonesto
Ousou de meu peito se apossar
Decido, então, quebrar todas as rimas
Os meus versos são livres
Os meus devaneios, ousados
Posso fugir dos esquemas
Dos versos brancos, dos entimemas
Mas, infernos
De ti, não consigo escapar
Me fazes rimar!
E nas tempestuosas colinas do teu sono
Eu me pego novamente a bailar