AS TEIAS DO AMOR
Sabes bem que este é para Ti, desculpa…
AS TEIAS DO AMOR
Nesta estranha pacatez
Em que talvez demasiado
Coisas se passem em meu redor
Toco a música
De uma improvável poesia
No teclado do computador
Escrevo histórias
Velhas novas de um amor
As teias do amor
Sinto-me nelas
Perfeitamente enredado
Onde estão anjos, borboletas e estrelas
E eu
No meio de tudo
Apaixonado…
As teias do amor
Que são páginas de uma vida que quero abraçar
Por vezes arrependida pelos infinitos erros
Que não ouso rasgar
Acrescentando mais umas palavras
Na doçura de um estado
Demasiadas vezes
Apaixonado
Houve tempos
Tempos recentemente idos
Que não ousava
Levantar um copo
Sem saber se irias gostar
Parei de os beber
Quando reparei
Que além de os beber
Os entornava
E te estava assim a molhar
E eu que não tenho fé
Ergui por ti
Um portentoso altar de ilusão
Onde possas retemperar as tuas forças
E retomar
A tua viagem
Entre o rácio
E o coração
Com tudo o que sou
Afinal
Um pequeno insecto
Que aqui estou eu
Com o meu objecto
Mais um poema
Mais um livro
Que te irei dedicar
Pois os teus olhos sardentos
Têm a profundidade
De um Mar
Que não ousei
Ou que temo
Explorar
Porque dizem
Dizem…
Há sempre um ir e voltar
Eu estou aqui
Mas não sei
Por onde tu
Costumas andar
Por isso sou mosca
E ao mesmo tempo aranha
Que inconscientemente
Sentimentos
Apanha
Que agradam imenso
Ao seu paladar
Mas não os quero comer
Apesar da fome
Quero-os apenas preservar
E tê-los como fortaleza, mas ao mesmo tempo abrigo
Com o mesmo carinho
Espécie de não destino
Com que te quero comigo
E por isso estou
Por onde costumo andar
Acordado
Mas sempre a sonhar
Com futuros
Onde não haja o demasiado lugar comum
Da dor
Aqui estou eu
Tecendo
As teias do amor