ELO PERDIDO
Subitamente, não sei a razão,
senti um desejo irrefreável de sair
por ai, mesmo sem ter um destino certo.
Assim fiz, e por onde passei,
olhava como se nunca tivesse
visto nada, examinei silenciosamente,
tudo o que chegasse perto.
Talvez, esta foi uma fórmula
encontrada para doar um rumo
à minha existência, na tentativa de
achar o que sempre faltou à minh`alma...
Penso que esta conduta
seja resultado de um desespero de causa,
afinal, os dias passam e eu
continuo a caminhar pelas noites,
tal qual como um pássaro solto pelo espaço.
Estou querendo acreditar, que é
uma impostura esta forma de proceder,
de nada adiantou este repentino anseio,
se o rico e decisivo elo perdido
ainda encontra-se oculto..
Inconfessáveis e profundas amarguras,
todas alojadas na sede da afetividade,
assim como uma mágoa cravada e
anestesiada sob os efeitos do tempo...