Fica…fiquemos…
Com os teus demónios
Com as tuas assombrações
Com os teus sonhos
Concretizados ou não
Ou meramente com as tuas aspirações
Eu quero que fiques que pares de vaguear
Eu quero que fiques de facto
E não meramente para retemperares forças
Meramente para descansares
Eu quero que fiques
Que pares de deambular
Entre as capitais do universo
No centro de tudo
Porque apenas no centro de tudo
Mesmo anónima
Tu sabes estar
Eu quero que fiques anónima ao meu lado
Para incógnitos e invisíveis o mesmo universo irmos explorar
Não apenas por termos uma necessidade premente de tal
Mas porque a permanente descoberta
O eterno maravilhar
É parte intrínseca e inseparável da nossa forma de respirar
Sóbrios ou ébrios
Carregados de químicos
Ou meramente impolutos
A delirar
Ou teimando no raciocínio
Persistindo na razão
Quer de dia nos locais mais seguros
Quer de noite
No limite de tudo
Eu quero que fiques
Por ti
E para contrariar a minha tendência para partir
Sem dizer nada
Mesmo a quem amo
Sem deixar meras palavras
Onde justifiquei o injustificável
Que mesmo depois de ter atingido o cimo da minha montanha
Tive que arranjar outro local
Um novo local para onde ir…