Fica…fiquemos…

Com os teus demónios

Com as tuas assombrações

Com os teus sonhos

Concretizados ou não

Ou meramente com as tuas aspirações

Eu quero que fiques que pares de vaguear

Eu quero que fiques de facto

E não meramente para retemperares forças

Meramente para descansares

Eu quero que fiques

Que pares de deambular

Entre as capitais do universo

No centro de tudo

Porque apenas no centro de tudo

Mesmo anónima

Tu sabes estar

Eu quero que fiques anónima ao meu lado

Para incógnitos e invisíveis o mesmo universo irmos explorar

Não apenas por termos uma necessidade premente de tal

Mas porque a permanente descoberta

O eterno maravilhar

É parte intrínseca e inseparável da nossa forma de respirar

Sóbrios ou ébrios

Carregados de químicos

Ou meramente impolutos

A delirar

Ou teimando no raciocínio

Persistindo na razão

Quer de dia nos locais mais seguros

Quer de noite

No limite de tudo

Eu quero que fiques

Por ti

E para contrariar a minha tendência para partir

Sem dizer nada

Mesmo a quem amo

Sem deixar meras palavras

Onde justifiquei o injustificável

Que mesmo depois de ter atingido o cimo da minha montanha

Tive que arranjar outro local

Um novo local para onde ir…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 29/12/2011
Código do texto: T3411974
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