Tempo de amar
Amo.
Amo os musgos das palavras
a crescerem no com batente,
as frases de fino bordado
em parágrafos de filigrana,
o ritmo de alvorada fresca
soletrando fogo, ar, terra e água,
o lançal toque de ousado estilo
antigo e moderno, velho e menino.
E também amo.
A ternura da tua voz quebrada
que escuto em silêncio e calma.
A amendoada luz de esmeraldas
que vejo brilhar nos teus livros.
E essa estrela que levas na frente,
manancial a brotar da tua boca.
Amo, enfim, amo de mais.
Porque não se pode amar de menos,
porque o esquecimento é proibido,
e o extremo do amor, excessivo,
e porque ainda é tempo de amar.