MEU JARDIM FLORESCEU
À princípio uma lágrima dolorida derramei,
De culpas por não ter cuidado bem delas,
As flores do meu jardim que já sucumbiam,
Pétalas amareladas sem o viço de outrora,
Que sedentas pediam água para não morrer.
E implorei para as nuvens chuva derramar.
Foi como um bálsamo curando suas feridas,
Pois a água veio até mansa molhar a terra,
Sedenta e já apresentando suas falências,
Sem nutrientes para alimentar minhas flores,
Que murchas pareciam chorar de tristezas,
Diante do jardineiro que um dia se ausentou.
Suas cores não tinham mais lindos coloridos,
As rosas vermelhas perderam a cor vibrante,
E as brancas se tornaram pálidas e sem viço,
Sendo as amarelas que mais empalideceram,
Pois nem o sol conseguia para elas olhar,
E as azuis da cor do céu turvas se tornaram.
Procurei dar-lhes viço através de nutrientes,
Adubando a terra que não tinha mais vigor,
E como cuidadoso jardineiro tirei as pragas,
Afastei as lagartas que comiam suas pétalas,
E com lágrimas nos olhos lamentei o que fiz,
Pois minha pausa sacrificou meu lindo jardim.
No entanto num revigorar que me surpreendeu,
Notei as pétalas já ganhando cores de outrora,
E os perfumes antes ausentes vieram abundantes,
Até que notei os botões de rosas se abrindo,
Como se fossem crianças acordando do sono,
Um prenúncio de vida que já vinha sorrindo.
Aquele jardim que um dia as sementinhas plantei,
Renasceu com meus prantos e agora sou feliz,
Pois vi que as flores tinham vida e pareciam sorrir,
E diante daquele cenário que a natureza brindou,
Prometi ser o jardineiro do amor e jamais se afastar,
Cuidando todos os dias para elas sempre brilhar.
27-12-2011