"Minhas noites de amor"

Minhas noites de amor

São angelicais, são satânicas

São pureza, são infernais

São noites de alegria

São ecos da fantasia...

Noites das calmarias

Às efervescências

Do regato ao caudaloso

Que em cascatas suadas

Vertigens abençoadas

Debruçam-se extasiadas...

Noites de puro vício

Champanhe efervescente

Dedos que me vasculham

Boca que me procura

Na magia das tentações

Em busca das sensoções...

São hálitos descontrolados

Entregas desmioladas

Murmúrios embriagados

Afagos desesperados

Seguindo à ebulição

São confetes da sedução...

Do andante ma non troppo

Do pizzcatto, do bandolim

Das bombas de festim

À eclosão, andante, menuetto

Allegro moderato, tudo enfim

Gemidos desconcertantes

Em rítmos alucinantes...

No ar, sons melódicos ecoam

Abafados, lentos, em emoção

Em regurgitares de amores

Ao bicorar dos licores

Borbulham na iniciação

Como em noites de verão

Fantásticos e sedutores...

Amor, que tanto envaidece

Na luxúria destemperada

Nas noites assim tão suadas

Febres que nunca terminam

Ariscas feito aves de rapina

Feras acuadas, esfacelados

Caprichos disseminados, iluminam...

Possuir uma noite de amor

Levar para o espaço todo sabor

Brincar de vida, cânone do além

Cercar veredas, ser tudo, ser ninguém

Subir ao cadafalso, implorando sim

Gozos intensos, torres de marfim...

Seguindo para encerrar

Trocas de taças de cristal

Iluminam a calmaria

Arfando lento, cadenciado

As loucuras, vivenciadas

Entregas ao beijo final

Encerradas, sim...

Myriam Peres

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 14/07/2005
Código do texto: T34077