E Tu dizes…

Coisas que eu não sei

Ou não quero ouvir

Coisas enormes

Mas que para mim são pequenas

Coisas alegres

Mas que me soam a banalidades

Ou por vezes

À mais densa tristeza…

E bem o dizes

Insistindo que eu não te ouço

Ou que estou no modo de “piloto automático”

Um modo de automação

Que serve de defesa

De forma a só chegar o essencial ao nosso coração…

E no meio de um certo desespero

Pela incapacidade sem seres escutada

Dizes que me apaixonei

De forma acidentada

Ignorando que te ouço

Nunca te deixei de ouvir

Mesmo quando as palavras se revelam excessivas

E resvalam para uma discussão

Eu ouço-te

Eu sempre te ouvirei

Parecendo distante

Porque são por vezes tortuosos os caminhos da paixão

Mas eu ouço-te

Bebendo cada pormenor das tuas palavras

Eu ouço-te

Quer esteja contigo de facto

Ou algures numa espécie de espaço do nada

Eu ouço-te

No mais frio dia

Ou na nossa mais quente madrugada…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 26/12/2011
Código do texto: T3406977
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