E Tu sabes…
Que aquele dia
Aquele dia que se segue ao dia do manhã
É o dia do juízo final
Em que te vou dizer algo
Mais um algo entre tantos “algos”
Mas que desta vez é fundamental
Escapa à espuma dos dias
Nos quais cultivamos
E damos primazia ao trivial…
E sabes porque esperas um dia assim
Desde o primeiro dia
Temendo tal
Mas encarando tal com uma animada expectativa
Temendo
Porque sabes que com a cura
Também virá o reavivar de velhas feridas…
Porque não há alívio
Sem antes experimentarmos a dor
Porque para vermos a luz
E lhe darmos valor
Temos que viver imersos na mais densa escuridão
Porque se acho necessário tal recurso
É porque chegámos a um ponto
Que mais do que meros curativos
Em nós urge a salvação
Que virá pela via de palavras
Que tanto nos poderão unir
Como dilacerar
Que tanto nos poderão garantir a salvação
Como a mais dolorosa separação…