Poema 0945 - Saudade

Um dia voltarei vento,

como a mão que acena,

a lágrima que corre o mundo,

o grito que morre na montanha,

a terra que é cortada ao meio.

Vou onde a planta germina

e a água brota na fonte,

como um adeus,

escorro entre grãos enterrados,

em um cantar natural.

Corre assim minha saudade

no entremeio do meu corpo,

tinge de branco o vermelho,

salva minha magoada paixão

escondendo-me em uma nuvem azul.

Soltem minhas asas de fogo,

careço correr com meus sonhos,

ainda que queime as vontades,

deslizo por esteiras de chuva

até um dia mudar o vento.

08/01/2007

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 08/01/2007
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