Poema de Amor - Capítulo VII

A cópula de nossas almas madrugada adentro

Entre lençóis algodoados, úmidos e quentes

Na cama, entre luzes, tremor, nós epicentro

Regados aos rechaço de dois corpos ardentes

Volvesse as lembranças aquele dia fatídico

Do retorno a andanças no coração febril

De quando chegamos de encontro ao verídico

Do nosso fim, pois foi assim, o fato hostil...

Ah amor que frutificou em largo dos tempos

Não fosse o fim da estrada para ti, formosa,

Poderíamos passar de novo esses momentos

Como filmes de nossa vida, inda maravilhosa

O que será de um coração só, que ardil outrora

Foi-se desinteiro pela vida agora, a ir por vagar

Pelos mundos e micromundos derradeiros, afora

Você que só restou linda e viva em meu lembrar?

O que me resta pela distância que nos acomete

O destino mais trágico, cruel, insípido e agreste

Que poderia alçar uma alma que ama e se mete

Em meio às entranhas de sentimento inconteste?

Esse amor, tão grande e que se expande perene

Nunca visto por olhos ou imaginado por mentes,

Quando sem ti, perto de mim, sinto-me impene

Um pássaro nu, sem plumagens, caos reticentes...

E naquela madrugada, a última lembrança

Fez-me agora partir o coração que emana

Todo amor por ti que ainda quando criança

Sentia pelo mundo, e a força sobre-humana

Que hoje tenho que despender do meu ser,

Oh meu amor que partiu, levou parte de mim

Ao seu túmulo e ao além - do que posso viver,

Sem ti, sem teu corpo, teu cheiro... Foi assim.

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 21/12/2011
Reeditado em 26/04/2015
Código do texto: T3400471
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