Perfumes

ela ao deitar é como uma nuvem

cheia de curvas fechadas e abertas

veias à vista

ela é sua pele

pele com cheiro só seu

com peculiar perfume

é no seu (meu) corpo que encontro a poesia

beijo os poros: cada um

eles não me escapam

tornam-me incansável

e percebo a essência

uma paz natural de flor de campo invade a minha alma

pingos de néctar caem no balançar do jardim

as pétalas também

tudo muda

ela é primavera

eu o verão

as peles colam

vejo e toco muitas estrelas

tudo tão claro

tão sol

que no final ando cego

sedento pelo seu (nosso) novo perfume.