2002 NT7

Morto rochedo perdido no espaço,

Contempla estrelas agonizantes,

silencioso e frio, escuro e denso,

pedaço da criação oculta e triste.

Atravessa o tempo e a luz perdida,

e desce em chamas até o solo azul.

Termina suas horas na esfera errante,

e fendendo a casa de alguma vida,

liberta o fogo sob os pés milenares

se extingue num momento do dia

entre o nascimento e o não ser ainda.

Em pedaços, e depois pó e partículas,

se tornam as idéias e até essa poesia,

feita de homens que aqui estiveram,

e em lembrança de algum deus distante,

agora uma invenção pequena, sombria,

que retornará em sua forma quase divina

ao coração ardente de uma nebulosa branca.