ÁGUA NA BOCA

Na boca carnuda

O toque brilhante do batom rubro

Desejo-te e te cubro

Tua essência descobre

Abre-se a boca docilmente

As mãos se enroscam

O beijo de veludo molhado

Misturam-se fluidificando gostos

Que entorpecem uma viagem incontida...

Transporta para uma sensação já sentida

É a busca incessante da corrente

Do pensamento e do puro e absoluto prazer

Teus quadris desmesurados abertas asas imaginárias

De uma mágica joaninha se alinhavam ao centro

Em pigmentos desprendendo-se

Em feromonios como polens ao vento

Invadem-me em sinapses começo a drenagem

Abrem-se paralelas janelas que semi-abrias

Lipoaspiradas em ardente seiva

Flores amarelas a joaninha lambiscando

Voa liberta em instantes fugidios

Preenchendo espaços vazios

Extasiando-se em cios

O amor crescendo na relva do amor crescido

Acontece o riso um êxtase incontido e lúdico

Amortece a queda vertiginosa

Fecunda a rosa e o besouro vira leve folha

Sem escolha derrama o vinho suave

Que escorre quando solta a rolha

Escorre seu licor envelhecido

Olha no seu rosto

O delicado gosto do mosto

Agora jaz enegrecido no acre máximo da exsudação

A volúpia foi incontida e a paixão muito louca

Liberou daquele beijo o instinto do limão

Que só de pensar dá água na boca...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 20/12/2011
Código do texto: T3399061
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