À sombra da luz
Meu quarto totalmente em desordem,
Teu corpo deitado à sombra da luz.
A poeira repousa no ar,
Pelo reflexo da meia luz do abat-jour.
Ambiente enfumaçado,
Depois do trago do último cigarro.
Vestígios do vinho que sobe pela cabeça,
Nessa loucura que marca, no silêncio,
No delírio dos nossos instantes,
No sexo em teu olhar,
Na sede dos beijos,
No negro dos teus cabelos
Que me embriagam mais ainda...
Nessa loucura de te querer,
De entrar dentro do teu corpo,
Até que meu corpo se perca no teu.
Até que a claridade,
Pelas frestas da janela,
Por essa cortina semi-aberta,
Se faça manhã de sol!
A sede de amor saciou nossos impulsos
E, aparentemente, no teu rosto,
Um sorriso quase angelical
Faz contraste com o lençol
Amassado e mal dormido,
E a desordem desse quarto.
Que cansaço:
Até que um chuveiro nos faria bem!...