UMA LETRA TÃO CEGA
UMA LETRA TÃO CEGA
Marcos Olavo
Hoje é feliz em meu choro de dia,
Rabiscando no caderno de ilusão,
Toda letra tão cega,
Na pior desonesta hora.
Veja meu querer neste amanhecer,
Batendo na lua bela e nua,
No sempre brilhoso aqui,
Olhando um espetáculo.
Eu quero esse sentimento de velório.
Que sempre visita a minha tristeza,
Balançando toda essa rede em deserto,
Deixada na varanda da minha saudade.
É um belo tocar de sol,
Na vida perdida do perdão,
Que nunca viu a voz saltar,
Na melhor explicar de amar.
Um muro existe entre o mal resolvido,
Em sempre vivido na loucura,
Na tolice desta letra em pedaços,
No livro ainda não escrito.
Uma vez mais aqui,
O telefone grita bem alto,
Caindo da mesa séria,
No momento em prantos.
Parado de novo em teu revolto,
Ouvindo as besteiras de sempre,
Dando aplausos pra sua mentira,
Que me faz viajar no caixão.
Eu era um a felicidade buscada,
Em livros na parede da esperada,
Do abraço de quem gosta de ler,
Na moça levada até lá.
Sei da sua fala decorada,
Que ataca a minha desculpa,
De não saber a pior parte,
No alcance desta verdade.
Hoje é festa tão animada,
A data do fim do mês,
Na comemoração do coração,
Dando sorrisos embriagados.
Um dia de risos falsos,
Na casa de alguém desconhecido,
No barulho de um canhão,
Arrancando a minha vida.
Recolho toda pedra em triângulos,
No chão de doidos varridos,
Na macha ensaiada do grito,
Em uma casa da vergonha.
Não sonho com esse dia em pesadelo,
Caindo da cama marrom de madeira,
Sendo preparada pra matar o infeliz,
Que me persegue em todos os cochilos.
Queria que você pudesse me ver,
Nesta sala de aula nova,
Fazendo uma fala bem escrita,
Na enorme união dos alunos.
Fui convidado por essa mulher,
No sacrifício do encontro meu,
Pra desfilar em letras sinceras,
Nos corações dos apaixonados.
Uma vida repleta de homenagens,
Nas férias ousadas e folgas,
Que nunca vai acabar,
Neste primeiro beijo.
Era uma criança com esperança,
De ter você em meu sono,
Numa construção do perdido,
Na corrida em feridas em corpo.
Espero sempre a nova letra,
Neste lugar bonito e florido,
Na calma de pensamentos,
Na ida sem controle.
Tomo uma xicara de lamentações,
Em um chamado dos remédios,
Nesse sedativo feito por insanos,
No lençol branco de pombas.
A criação de um novo palavrão,
Sai dos lábios secos e petrificados,
Na boca sem conversa bela,
No colo em uma antiga guerra.
Esse é fim tão belo que conheci,
Nesta feia menina que é,
Em uma casa queimada,
Pela a chama do orgulho.
ESCRITO POR: MARCOS OLAVO