Vespertino de Verão
Na sublime ânsia do meu ser, me entrego...
À invocação - feito suspiro terno - que reclama meu afeto...
Tua falta em meus dias vazios agrego e
Faço-me fantasias onde em sonhos a ti me arremeto...
Há tremor em minhas pétalas rosadas entreabertas,
Aguardando o leve toque - bebida dos deuses - feito gota de mel...
Teu ósculo alimenta-me de Alma e explora-me em descoberta,
Arrancado-me da terra, levando-me ao êxtase e trazendo-me o céu...
Qual orvalho insistente sob a folha árida Outonal,
Derrama-te abundante - frio e calor - em hálito ofegante...
Torna-te mais que um Porto - na grande tormenta és minha nau,
Levando segura ao Reino dos Sonhos a mente ignorante...
Em sorver cada pérola de teus lábios vomitada, emudeço...
E mergulho sem temor na profundidade de teu olhar...
Em cada silêncio pouco à pouco mais feneço,
Em cada palavra em teu Universo posso mergulhar...
A convicção é a mão firme tentando segurar a eternidade,
De um breve instante onde os sonhos são materializados na palma...
O desejo intenso vai além das paredes da castidade,
Para quem sabe amar além de um corpo -penetrando a Alma!
Vespertino de Verão de Shimada Coelho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.