VEM
Que caia sobre mim este seu corpo quente.
Que pouse em meus lábios seus doidos lábios,
Mestres na arte de confabular sonhos.
Recaia sobre mim este seu pulsar luzidio,
Que se alastrará em mim um arrepio
Doido, doído em somente pensar.
Vem ser meu passo, meu compasso de espera,
Meu salto seguro para o nada
Em que o tempo há de se tornar.
Vamos juntos, sem medo, sem responsabilidade,
Até que o dia nos pegue insones
Sobre a areia da praia deserta.