POEMA ENCORPADO

Teu corpo é um poema vivo

Trocadilhos e rimas

Sem pantomimas

Recheios de verbos

Sonetos de seios

Curvas de recheios

Consoantes de sutiãs

Verbos alinhavados

Retrancas de poemas em quarteto

De quartos retrancados

Substanciados em epíteto

Tercetos em danças graciosas de minuetos

Detalhes de salientes curvas

Peles eriçadas arrepiadas

Dedilhados em brailes na escuridão

Os leio e os absorvo em cheio

Minhas mãos pássaros famintos

São teus recheios de instintos

Entremeios de coxas sem crase

Semicolcheia a flor roxa

Sob o teto de lã

Cardigans se rasgam nas frases

Suspiros de círios sedentos em fragmentos etéricos

Tremeluziam em segredos Arcádios teus mares

Que navego em suspiros baixinhos tua mansa maré

Chegamos ao porto onde saio deixando teu cais

Somos agora o pó do sono

Que vira purpurina

Quando as flores se entregam

Como pano de fundo do frio outono...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 18/12/2011
Código do texto: T3395772
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