POEMA ENCORPADO
Teu corpo é um poema vivo
Trocadilhos e rimas
Sem pantomimas
Recheios de verbos
Sonetos de seios
Curvas de recheios
Consoantes de sutiãs
Verbos alinhavados
Retrancas de poemas em quarteto
De quartos retrancados
Substanciados em epíteto
Tercetos em danças graciosas de minuetos
Detalhes de salientes curvas
Peles eriçadas arrepiadas
Dedilhados em brailes na escuridão
Os leio e os absorvo em cheio
Minhas mãos pássaros famintos
São teus recheios de instintos
Entremeios de coxas sem crase
Semicolcheia a flor roxa
Sob o teto de lã
Cardigans se rasgam nas frases
Suspiros de círios sedentos em fragmentos etéricos
Tremeluziam em segredos Arcádios teus mares
Que navego em suspiros baixinhos tua mansa maré
Chegamos ao porto onde saio deixando teu cais
Somos agora o pó do sono
Que vira purpurina
Quando as flores se entregam
Como pano de fundo do frio outono...