Prece do Poeta

Um poeta caminhava,

nas ruas de uma velha cidade...

Havia ruínas, pessoas desamparadas,

o mal parecia presente, e as pessoas descrentes...

Muito castigada, ali não havia mais nada.

Não tinha flores, alegria, nem casa decorada...

De tudo que se via, nada prestava,

as arvores secas, muita poeira e roupa rasgada...

Em uma pequena fonte, o poeta se prostou,

olhou o fundo, um pouco de água apanhou...

Levando a boca, sua sede matou...

ali fez uma Prece, pois a tudo agradece...

Uma pessoa descontente gritou,

e o pobre poeta assustou...

"Esta fonte não é para forasteiros,

se quiser beber, tem de deixar algum dinheiro"

O poeta calado e muito cansado nada falou...

Deitou-se a sombra de um velho casarão,

que mais parecia ter uma maldição.

A noite chegou, e com ela o povo que restou,

com tochas tudo iluminou e o pobre poeta acordou.

"Acorda vagabundo, aqui não o aceitamos se não tem

dinheiro"

Aquela noite o castigaram, machucaram,

e ali largado o abandonaram...

Muito machucado, nada reclamou,

fechou os olhos e fez uma Prece...

Pela madrugada o pobre poeta chorou,

sentia muita dor e não suportou...

O poeta os anjos levaram,

naquela mesma noite choveu...

Amanheceu com brisa fresca,

e todos os vasos floresceu.

Mais tarde descobriram que o poeta não morreu,

retornou em forma de chuva,

e por onde todos olhavam, a vida floresceu.

Do livro Fragmentos

Autor karlos Brasil

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Karlos Brasil
Enviado por Karlos Brasil em 18/12/2011
Código do texto: T3394807
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