TUA FINA ALMA DE OURO

TUA FINA ALMA DE OURO

MARCOS OLAVO

Um descuido fora do insulto,

Em pintadas em números,

Apresentando todas as cores,

No assento de ônibus tão azuis.

Qualquer hora nesta tempestade,

Em aprisionar um amor,

Em todos os portos de areia,

Sendo dadas tapas furiosas.

Sento no mesmo banco em dias,

Em visão fazia me faz lamentar,

Toda chuva do deserto,

Olhando toda aquela raiva.

Ouço o teu cantar tão belo,

No ruído lunático de cada queda,

O respeito dos livros lidos,

Em teu pequeno quarto.

Você joga os livros em minha cama,

Lembrando-se de nós em alto riso,

Valorizando toda tristeza desligada,

Em todo assassino sem culpa.

Uma tolice nascida em versos,

Dançando na perda dos lábios rosados,

Em nosso jantar sempre tarde,

Refazendo a nossa única felicidade.

O doce sabor de o triste relembrar,

Realizando neste escrito os lugares,

Do melhor jardim bem desenhado,

Na folha de um pão em manteiga.

Levo os pés até a casa de esquina,

Parando no portão banhado em tinta,

Visualizando em um tempo parado,

Abraçando toda vez que chorei.

Tua fina alma de ouro,

Enxergando algo desconhecido por nós,

Neste choro tão perto de mim,

Querendo quebrar a nossa vidraça.

O delicioso egoísmo agora,

Dando razão no maldito orgulho,

Sorrindo na mão dessa solidão,

Carregando no peito o corte.

É horrível a mordida na fruta,

Que deixa em ruas os desastres,

Tendo um terremoto lembrado,

Na espera do pior agressor.

Um vulto fiel em guerras,

Na melhor frase nunca dita,

Em nosso vocabulário de museus,

Que ninguém visita em domingos.

Queria apenas uma hora com você,

Em desabafo contar em destroços,

Alugando todos os amigos invisíveis,

Em dores aprisionadas neste presente.

Qualquer hora eu quero ir embora,

Em teu encontro tão antigo,

Jorrando em ouro a minha sede,

No corpo de cor tão neve.

A nossa saudade em um quadro,

Feita pela as mãos pequenas,

Nas novas chances tão pinceladas,

No pesadelo em erros ousados.

É uma pena te perder desse jeito,

Em brigas sem sentido,

No esquecido do atrevimento,

Da boca doce e salvada às vezes.

Quero apenas aquele sorriso,

Tão sem graça,

Fazendo o meu dia brilhar,

Na feliz troca de olhares.

Vou voar até o desespero

E bater em tua porta conhecida,

Que um dia eu fiz em mãos,

Arrumando as falhas bem claras.

Queria ter aquele beijo,

Na multidão da escola fantasma,

Com tanto barulho sem razões,

Em uma cadeira sem rodas.

Levo outra vez esse escrito,

Até o nosso cego sentimento,

No salto escuro deste tempo,

Desenhando infinitas linhas.

Sonho em tocar teus fios de ouros,

Pra acordar um dia até você,

Vendo a alegria ainda minha,

Na sala de espera cansada.

ESCRITO POR: MARCOS OLAVO

NOTA: "ENTRE A PAIXÃO E A POESIA."

marcosolavo
Enviado por marcosolavo em 17/12/2011
Código do texto: T3393639
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