Sinestesia
Oh, dor! Levaste-a à sepultura!
Deixaste-me sem meu sol...
Vê como estou só
Sem meu quadro, sem minha escultura!
Oh, dor! Leva-me também contigo
Pelas estradas de um alfa sem pudor...
Há um sepulcro enfeitado de amor
Que por mim espera num ômega desconhecido!
Oh, dor! Soterra minhas lembranças
Já que abandonado estou neste vácuo-tempestade...
Se o amor me aguarda na eternidade,
Deixa-me adormecer nos braços da esperança!
Quando um novo sol clarear as arestas do infinito,
Despertarei perfumado no brilho que acariciará meu espírito!