TINHA NAS MÃOS A CARTA FUNESTA

TINHA NAS MÃOS A CARTA FUNESTA

MARCOS OLAVO

Na intimidade, trocava deitar em sonhos,

Neste efeito de erros tão simples,

Que anda em pra lá e pra cá,

Na vida de sofrimento delicado.

Um olhar sem dia em nós,

Nas brigas cegas e pruras também,

Achando que tudo é perfeito,

Na trilha da pisada de pedrinhas.

A tortura em pedaços eu acho,

Nas ruas em fogaréu,

Valendo a triste desculpa,

De quem foi mais cruel.

Acreditei na voz deste amor nosso,

Em cada vida ferida e perdida,

No velório chorado em rosas,

Que são levadas neste dia,

Na dança nova do perdão.

O primeiro dia sozinho chora,

Quando olha um passado sem saber,

De onde veio o infiel erro,

Que assusta tanta a felicidade.

Tinha nas mãos a carta funesta,

Que me veio apresentar dissabores,

Das piores frutas podres,

De certa árvore antiga.

A última das falas guardadas,

Em um baú em meu porão,

Que vive igual à teia de aranhas,

Em cima de minha casa.

Eu sei foi mal resolvido,

A força de um sorriso aleijado,

Que anda de cadeira de rodas,

Na falta da coragem em fé.

Teu egoísmo sem braços,

Na hora do sincero amor,

Que vai a uma lua bater,

Pra não se esquecer desse nascer.

Em uma voz alta acho,

Os erros enterrados agora,

Em meu terreno em cinzas,

Dando aquele lembrar infeliz.

Veja meu dia de bom humor,

Neste descer pelo o nome feliz,

Na amável falar sem nós,

Quebrando o fogo em chuvas.

Basta que leia algumas cartas,

Em troca com você,

Reclamando do amor sofrido,

Que mora sem querer escapar.

Pouco a pouco caindo em abismo,

No triste esperar por você,

Negando toda vez o meu amor,

Que gira em tua volta.

O carteiro curioso fez lembrar,

Em olhos de cores desiguais,

Que às vezes me engavam,

Com tantas tolices em mentiras.

Dá – me a sensação do antigo olhar,

Que me fez chorar em sempre dia,

Querendo viver outra vez,

Aquele momento lindo.

Aquele ponto de ônibus,

Que nunca visito em riso,

Por saber que lembra você,

Apanhando pela força fraca.

Tendo os braços tão quebrados,

Na queda da mágoa fechada,

Em teu pobre coração,

Que anda até hoje sozinho.

Apenas doce prudência a seu respeito,

O meu encontro tão perigoso,

Que falta tocar o teu cheiro,

Na imaginação deste tempo.

Escrito por: Marcos Olavo

marcosolavo
Enviado por marcosolavo em 16/12/2011
Código do texto: T3392600
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