Florbela , Ainda Suspiras ?

Reencontro-lhe na vastidão do imaginário

Confirmo o fulgor que emana de tua alma fugidia

Tua foto tão linda, em um jornal diário...

Reacende-me esta paixão atemporal e luzidia

Florbela, há entre nós o lapso de tempo!

A desafiar o sentimento guardado em relicário

Mas amor que é amor não se perde no tempo

E o que seria este lapso pra um amor tão temerário?

Talvez eu seja o infante que procuras em teus versos tristes

Também busco minha princesa de olhos distantes e amoráveis

Leio em teus olhos o fulgor do amor jamais realizado

Cá neste século, também padeço de amor e seus males incuráveis!

Ah ..o amor que tu cantavas e que nunca encontraste

Esta torrente que passa no rio da gente, e

Desaparece no mar onde tudo é desilusão e noite

Queres o amor, mas apenas o amor lhe tem

Como nós indissolúveis da alma sulcada de mar

Quanto mais procura pelas águas calmas

Mais encontras tormentas, a de lhe devorar

Oh Florbela! Sou teu infante que te procura

Porém cheguei tarde demais ao desertico cais...!

Teu navio partiu e minha alma, arde em tristeza

Nos horizontes da vida, que tem limites demais

Sim, meu anjo, eu sei do lapso do tempo,mas

Prometo que este amor não se perderá no vácuo dos ais

Aonde sempre a chama dos sentimentos se fundem

Com a solidão e a frieza que vazam dos metais!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 07/01/2007
Reeditado em 19/11/2017
Código do texto: T339237
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