Florbela , Ainda Suspiras ?
Reencontro-lhe na vastidão do imaginário
Confirmo o fulgor que emana de tua alma fugidia
Tua foto tão linda, em um jornal diário...
Reacende-me esta paixão atemporal e luzidia
Florbela, há entre nós o lapso de tempo!
A desafiar o sentimento guardado em relicário
Mas amor que é amor não se perde no tempo
E o que seria este lapso pra um amor tão temerário?
Talvez eu seja o infante que procuras em teus versos tristes
Também busco minha princesa de olhos distantes e amoráveis
Leio em teus olhos o fulgor do amor jamais realizado
Cá neste século, também padeço de amor e seus males incuráveis!
Ah ..o amor que tu cantavas e que nunca encontraste
Esta torrente que passa no rio da gente, e
Desaparece no mar onde tudo é desilusão e noite
Queres o amor, mas apenas o amor lhe tem
Como nós indissolúveis da alma sulcada de mar
Quanto mais procura pelas águas calmas
Mais encontras tormentas, a de lhe devorar
Oh Florbela! Sou teu infante que te procura
Porém cheguei tarde demais ao desertico cais...!
Teu navio partiu e minha alma, arde em tristeza
Nos horizontes da vida, que tem limites demais
Sim, meu anjo, eu sei do lapso do tempo,mas
Prometo que este amor não se perderá no vácuo dos ais
Aonde sempre a chama dos sentimentos se fundem
Com a solidão e a frieza que vazam dos metais!