Vento e Sol
Eu sou vento e tempestade,
você é sol e saudade,
e o mar que nos intriga,
canta uma eterna cantiga.
A cantiga do meu vento,
camuflada pela lua,
se embrenha no sentimento,
da grande saudade tua.
Eu viro, de noite, a brisa...
quando teu sol vai dormir,
navego meio indecisa,
sem teu olho a me seguir.
O teu sol, incandescente
clareia minha alegria,
empurra os barcos à frente,
vagueando em sintonia.
O meu vento intempestivo,
inrompe sem ter pudor,
no teu calor sugestivo,
que vem em doce esplendor,
és sol alegre e sereno,
em dias frios de outono,
que sopro bem leve, ameno
vento frio, em abandono.
Ecoo pelas cascatas...
te encontro pelas esquinas,
e minha essência abstrata,
revela-se, te domina.
Sou vento sou tempestade,
és sol, que me alegra o dia
e nosso amor tudo invade,
numa dança em sintonia!