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 Porto da Paz



No imaginário das almas
Se a vida perde a calma
Com vontade de parar
Anseiam os corações
A serenidade encontrar
Desejando tão somente
Vivenciar o verbo amar


Cai a chuva na vidraça

Torrencial, abençoada
Emana a terra o perfume
Para acordar os sentidos
Dos amores não vividos
Cantam os pingos d'água
Caindo sobre as folhas


Desfolham almas exaustas
Esperando ser amadas
Por certo todos os anjos
Derramam a seiva da vida
Águas que lavam as almas
Perfumadas de paz e calma
Embalando a solidão



Esvoaçam as cortinas
De um branco amarelado
Violetas  nas janelas
Sussurra o aroma da terra
O vento permeia o silêncio
No frescor da madrugada
Balançando os bambuzais


Sobre a relva agradecida
Recolhem-se  a passarada
Abre a casa  o joão de barro
Cantoria para para saudar
Estas águas abençoadas
Que molham o minuano
Que refresca os tropeiros


Amadurecem os arrozais
Onde campeia a fartura
Ternura quem não precisa
Amor, carinho, aconchego
Chuva que vem e que passa
Desperta a terra em graça
Na suavidade dos cantos


Soam as vozes do Sul
Aportam no doce oceano
Um grande rosário de planos
Planam  brancas gaivotas
Prenúncio de paz e alegria
Navegam as almas nas águas
Batismo que as purifica


Sonhos no amor navegantes
Distante se mostra o porto
Serenam as ondas na praia
Brumas beijando a areia
Nas noites de lua cheia
Onde o amor pede abrigo
Mil abraços  demorados


Sonhos antes inacabados
Redesenhados de luz
Buscam o porto seguro
Destemidos do futuro
Sonhos com cores vivas
Vida para viver em cores
Descartando os dissabores


Juntados como as contas
De um  frágil colar de pérolas
Que adorna a Cinderela
Cordões dourados de afeto
Esperança  que renasce
Vestida de azul turquesa
Onde não cabe a tristeza.


(Ana Stoppa)




 








 

Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 15/12/2011
Reeditado em 15/12/2011
Código do texto: T3389622
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