Vem amor!
Vem Amor, na pureza do teu ser
Deixa-me sentir outra vez o fogo
Destes teus olhos penetrantes e ver
No desejo neles estampado o jogo
Da sedução que buscavas ali.
Como setas certeiras buscaram os meus
Ao encontrar correspondência ris
Finges indiferença e desvias os teus.
Dás voltas ao salão em outros braços
Disfarçadamente olhas para mim
Que hipnotizada sigo teus passos.
No intervalo sumiste do salão
De coração aflito te procuro
E sinto no ombro o toque da tua mão.
Saímos pelo salão a dançar
E ao toque deste teu corpo no meu
Com milhões de neurônios a vibrar
Puxas-me e colas o meu rosto no teu.
Corações batucaram em descompasso
E na química de dois corpos integrados
A música subordina nossos passos
Casais param e nos deixam isolados.
Perdemos a noção de onde estávamos.
Em meio a um círculo que aplaudia
Dois corações solitários se encontravam
E ali no salão um beijo nos unia.
Benedita Azevedo
Em 22 / 01 / 2006