Vem amor!

Vem Amor, na pureza do teu ser

Deixa-me sentir outra vez o fogo

Destes teus olhos penetrantes e ver

No desejo neles estampado o jogo

Da sedução que buscavas ali.

Como setas certeiras buscaram os meus

Ao encontrar correspondência ris

Finges indiferença e desvias os teus.

Dás voltas ao salão em outros braços

Disfarçadamente olhas para mim

Que hipnotizada sigo teus passos.

No intervalo sumiste do salão

De coração aflito te procuro

E sinto no ombro o toque da tua mão.

Saímos pelo salão a dançar

E ao toque deste teu corpo no meu

Com milhões de neurônios a vibrar

Puxas-me e colas o meu rosto no teu.

Corações batucaram em descompasso

E na química de dois corpos integrados

A música subordina nossos passos

Casais param e nos deixam isolados.

Perdemos a noção de onde estávamos.

Em meio a um círculo que aplaudia

Dois corações solitários se encontravam

E ali no salão um beijo nos unia.

Benedita Azevedo

Em 22 / 01 / 2006

Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 07/01/2007
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