E a batalha…
Ainda agora começou
Embora actuemos como se estivesse no fim
Bebendo para esquecer o que ainda não fizemos
Limpando as armas
E desejando nunca a ter começado
Tu chorando
Eu também
Ao mesmo tempo em que desejo o que acabámos de extinguir
Ter-te perto de mim…
Ao mesmo tempo em que tiramos dos seus invólucros as piores armas de destruição maciça
Não querendo
Ou não preferindo ver
Que o adversário
Seria porventura
O nosso maior aliado…
Preparando-nos para o inferno que se segue
Sem pausas para um conveniente intervalo
Para pensar
Ou muito menos reflectir
Porque esse tipo de pausas
Dar-nos-ia o discernimento
De fazermos a paz
Antes da guerra
Iria impedir-nos
De nos ferirmos
Pela nossa obsessão
De querermos a partida ganha
Operando uma lobotomia em nós
Pela nossa própria mão
Obliterando a razão
A sensibilidade que nos é nata
Porque nada mais interessa
A não ser
Esta estúpida
Incongruente
E abjecta
Batalha…