E a batalha…

Ainda agora começou

Embora actuemos como se estivesse no fim

Bebendo para esquecer o que ainda não fizemos

Limpando as armas

E desejando nunca a ter começado

Tu chorando

Eu também

Ao mesmo tempo em que desejo o que acabámos de extinguir

Ter-te perto de mim…

Ao mesmo tempo em que tiramos dos seus invólucros as piores armas de destruição maciça

Não querendo

Ou não preferindo ver

Que o adversário

Seria porventura

O nosso maior aliado…

Preparando-nos para o inferno que se segue

Sem pausas para um conveniente intervalo

Para pensar

Ou muito menos reflectir

Porque esse tipo de pausas

Dar-nos-ia o discernimento

De fazermos a paz

Antes da guerra

Iria impedir-nos

De nos ferirmos

Pela nossa obsessão

De querermos a partida ganha

Operando uma lobotomia em nós

Pela nossa própria mão

Obliterando a razão

A sensibilidade que nos é nata

Porque nada mais interessa

A não ser

Esta estúpida

Incongruente

E abjecta

Batalha…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/12/2011
Código do texto: T3383466
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.