Quando…

Tens uma vontade irreprimível

De abraçares o mundo

Reparando demasiado tarde que não o podes fazer

Porque ele ora é pequeno

Ou grande demais

E que não cabe

No tamanho

Ou na falta

Dos teus ideais…

Te levantas tardiamente para ver o sol nascer

E te deitas demasiado cedo

Para o veres adormecer

Notas que a vida tem um estranho círculo

Que é o teu

Mas que não cabe na tua forma de ser…

Caminho em direcção a ti

E me dizes que sou demasiado lento

Corro então

Mas paras-me espantada com aquilo que pensas ser uma flagrante contradição

Entre aquilo que sinto

E que quero que seja uma sintonia

Uma dança a dois

Embora seja tal impossível

Porque andamos com os sonos

E os passos trocados

E apesar de juntos

Estamos sempre num qualquer lado

Oposto

Ao canto onde cada um está refugiado

Motivados pela dicotomia

De querermos

Mas não sabermos a força

E a fé desse crer

A motivação

Dessa fé

E no entanto a resposta é básica

Até linear

Chamam-lhe “Amor”

E o nosso erro é contra ele lutar

Em vez de nos seus braços por ele

Nos deixarmos levar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/12/2011
Código do texto: T3383437
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