Quando…
Tens uma vontade irreprimível
De abraçares o mundo
Reparando demasiado tarde que não o podes fazer
Porque ele ora é pequeno
Ou grande demais
E que não cabe
No tamanho
Ou na falta
Dos teus ideais…
Te levantas tardiamente para ver o sol nascer
E te deitas demasiado cedo
Para o veres adormecer
Notas que a vida tem um estranho círculo
Que é o teu
Mas que não cabe na tua forma de ser…
Caminho em direcção a ti
E me dizes que sou demasiado lento
Corro então
Mas paras-me espantada com aquilo que pensas ser uma flagrante contradição
Entre aquilo que sinto
E que quero que seja uma sintonia
Uma dança a dois
Embora seja tal impossível
Porque andamos com os sonos
E os passos trocados
E apesar de juntos
Estamos sempre num qualquer lado
Oposto
Ao canto onde cada um está refugiado
Motivados pela dicotomia
De querermos
Mas não sabermos a força
E a fé desse crer
A motivação
Dessa fé
E no entanto a resposta é básica
Até linear
Chamam-lhe “Amor”
E o nosso erro é contra ele lutar
Em vez de nos seus braços por ele
Nos deixarmos levar…