Até ao fim do mundo…

A Europa já estará a arder…?

A televisão e a grande rede nada me dizem

Apesar de tudo estar a efervescer

Se calhar é a minha impaciência que tece este cenário

Porque o telefone não há forma de tocar

Contigo no outro lado

E por isso

Por muito que toque

Nunca o irei atender…

E essa impressão pouco civilizada

Essa impressão demasiado afectiva

Recorda-me que antes de uma construção há sempre uma destruição

Recorda-me que por vezes

Antes do amor

Há sempre uma espécie de ferida…

Sim

Prometi nunca mais brincar às escondidas

Não te procurar quando te esquivas

Não me ocultar quando me apetece

Ver tudo com os mesmos tons

Mesmo que eu prefira as coisas coloridas…

Mas nunca me evitarei

Decretar o fim de tudo

Mesmo quando não o quiser

Porque todas as coisas possuem um tempo certo

De nascer, crescer e morrer

E por isso por muito que te ame

Se nos extinguirmos

Poderei seguir-te para todo o lado

Mas nunca

Até ao fim do mundo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/12/2011
Código do texto: T3382601
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