Até ao fim do mundo…
A Europa já estará a arder…?
A televisão e a grande rede nada me dizem
Apesar de tudo estar a efervescer
Se calhar é a minha impaciência que tece este cenário
Porque o telefone não há forma de tocar
Contigo no outro lado
E por isso
Por muito que toque
Nunca o irei atender…
E essa impressão pouco civilizada
Essa impressão demasiado afectiva
Recorda-me que antes de uma construção há sempre uma destruição
Recorda-me que por vezes
Antes do amor
Há sempre uma espécie de ferida…
Sim
Prometi nunca mais brincar às escondidas
Não te procurar quando te esquivas
Não me ocultar quando me apetece
Ver tudo com os mesmos tons
Mesmo que eu prefira as coisas coloridas…
Mas nunca me evitarei
Decretar o fim de tudo
Mesmo quando não o quiser
Porque todas as coisas possuem um tempo certo
De nascer, crescer e morrer
E por isso por muito que te ame
Se nos extinguirmos
Poderei seguir-te para todo o lado
Mas nunca
Até ao fim do mundo…