CHORAM AS FLORES

Pedi uma pausa necessária,

para meus questionamentos,

E se pulsaram as saudades,

Guardei-as no meu coração,

Pois senti quanto sou amado,

Neste recanto de genialidades,

Tantos os carinhos recebidos.

E ao sentir saudades infinitas,

Num impulso resolvi voltar,

Mesmo que a pausa necessária,

Ainda não fosse preenchida,

Pois minha Alma ainda chora,

E meu coração tem seus vacilos,

Diante de razões inquestionáveis.

Resolvi visitar meu jardim florido,

Que um dia plantei tantas mudinhas,

Rosas azuis, amarelas, brancas,

Vermelhas rubras, outras tonalidades,

E notei pétalas meio amareladas,

Sem o viço quando bem regadas,

E os perfumes quase ausentes.

Perguntei as razões das tristezas,

E vi que algumas derramaram lágrimas,

Sentidas, num choro bem compulsivo,

E sussurando como se brisa fosse,

Disseram que o jardineiro se afastou,

Não mais acariciando suas pétalas macias,

Nem regando para que tivessem vida.

Senti-me culpado pela ausência,

Eu que preparei aquele lindo cenário,

Flores coloridas que distribui fartamente,

E que recantistas sentiram seus perfumes,

Pois vicejavam com toda formosura,

Após os botões dormentes se abrirem,

E as pétalas macias pareciam até sorrir.

Reguei com lágrimas caindo devagar,

E como gotas de chuvas molharam a terra,

Notando que aos poucos adquiriam vida,

E os perfumes a brisa veio então buscar,

Para levar até os corações enamorados,

Pois para eles as flores são endereçadas,

Sendo as razões que despertam o amor.

Busquei alegrar minha Alma ainda triste,

E meu coração esboçou até um sorriso,

Pedindo que minha pausa fosse interrompida,

Olhando novamente para o lindo por do sol,

E notasse as estrelas piscando bem sapécas,

Até que a lua esplendorosa viesse o céu iluminar,

E diante dos acenos, no Recanto resolvi voltar.

10-12-2011