Milagre

Às vezes me mato nos teus braços

como quem se afoga em céu,

a debater-se no azul,

pra mergulhar no infinito.

E morro, os sentidos exauridos

de tanto esplendor vivenciado,

pelo prazer de renascer de ti

saindo do teu ventre para o mundo.

Tu me tomas nos braços

me nutres com a luz do teu olhar

e sopras a vida em minha boca

num ato de divina criação.

Eu vivo de morrer em ti

até o último impulso levitado

porque tu me ressuscitas

no milagre do amor.