Semestre

Seguro por tua mão,

faço fácil

a travessia,

para o Futuro

que seria.

E nem faz

tanto tempo assim;

só um Semestre,

desenhado pelo deus-criança,

habituado às inconseqüências

das puras inocências.

E pensar que antes

a vida era só escambo...

Uma garfada de maxixe,

um passo de mambo

e um destino molambo...

E sempre a esperar

a boa sorte que viria,

a roupa da lavanderia,

a herança d'alguma tia,

o ouro da ourivesaria

e uma ou outra fantasia...

Agora não mais.

O que nos aguarda,

doce amada, não sei;

Mas sei-te Oceano

em que deságuo

o rio que me tornei.

Para Cristina, com amor.