o vaso da viúva
um dia um homem chamado Seu Zé
que só gostava de andá de a pé
morava numa casa de tauba e sapé
prantava morango e verdura pra vendê
todo dia era sozinho o Seu Zé
a não sê pelo cachorro por nome Barnabé
companherô das labuta e das caçada
companhava Seu Zé mais a espingarda
pra caça paca, tatu e capivara
um dia Seu Zé tava nas lida com as pranta
chegô uma moça bunita por nome de Francisca Mariana
trazia na mão um vasinho com uma pranta
e cuma voz triste ela disse chorano quinem criança:
-essa é uma flor do deserto trazida dum castelo da Espanha
meu marido pois ela na mala e no navio ele veio cuidano
quando apiô ele veio correno pego o trem que vinha fumegano
esperei na estação e ele veio
sorridente e vistino um terno Italiano
me abraçô e me deu esse vaso
cum botão quase desabrochano
me falô que era a flor mai formosa
que ele viu nesses ano viajano
mai o azar pegô noi de jeito
meu marido morreu faiz dois ano!
e com ele morreu o botãozinho
desde então nunca mai vi brotano
Seu Zé mocionado e chorano
segurô o seupranto e foi logo indagando
-se a sinhora querê eu te ajudo!
me dá o vasinho que eu vou matutano...
o Seu Zé bicervou com cuidado
e com as lente de aumento ele foi confirmano
-essa pranta é uma fêmea sem macho,
sem tê o companhero ela acaba secano!
se quise vê a flor dessa uma
ela tem que vorta pro castelo na Espanha
a viúva ficou gradecida
abraçou o Seu Zé e tambem foi bejano
o Seu zé vermeiô por intero
parecendo os morango que tava prantano
a viúva alegrou novamente
com a esperança que foi renovando
que pensava que o amor do marido
se acabô quando a flor foi secano
o Seu Zé respondeu pra viúva
percebeno o que tava pensano
-o amor que ta junto num seca
dessas coisa eu entendo faiz ano
o amor só dá cabo na certa
se começa a ficar pelos canto.