Ela, a rosa IV
Plantei em vasto jardim,
a semente de tua ousadia;
fertilizei o solo,
harmonizei o canteiro,
com a singela água
que jorrava em forma de poesia.
Alimentei com versos
e em muitas linhas, declarei meu afeto.
E vi assim, maravilhado;
a rosa de meus sonhos, brotar;
para cumprir na terra seu legado.
Sentei-me na soleira de meus sonhos,
imaginei tuas pétalas rosadas
e teu perfume afrodisíaco,
consumindo e exaurindo minha alma.
Acariciei teus espinhos
e lavei com sangue,
teu caule e tuas folhas
e sorri mesmo extasiado,
quando no dia seguinte;
desabrochastes num vermelho escarlate.
Ah! Rosa, que meus sonhos acalanta.
Venero o carinho que exala,
não de tuas pétalas, mas de tua alma.
Só por ti, rosa amada,
rogo em minhas preces,
saudável remanso a curar-te.
Venha, preciosa rosa,
que á meus olhos, tanto alegra;
pois, retribui-la-ei com o calor de meu afeto.