Quimera Noturna

No lamento impotente do dia
Diante dos ponteiros
A lua, senhora da noite
Irradia a sua morte.
Em cada espasmo do poeta,
Há sorte em morrer
Sem ser estrelas,
Sem ser sol
Sem que seja mar violento

Lento, poder descortinar
O outro dia
Sem que magia se faça
Sem que a mão se caleje
Apenas palavras em preces
Que tecem na escuridão
Da linha ainda vazia
O que se foi e abrir-se ao vão
Dos que serão

Sem, contudo, haver certeza
Que não essa... ser Quimera
em sonho eternizada
E poder rugir, alar
Dar de beber em suas
tetas-de-cabra
Nós agora os órfãos da luz.


Cristhina Rangel.



Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 08/12/2011
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